A nova reforma tributária deixou de ser uma discussão teórica e se tornou uma realidade inevitável para todos os negócios no Brasil. Empresários, gestores e diretores estão diante de um ponto de inflexão: ou entendem as mudanças profundas que estão por vir, ou correm o risco de perder competitividade, pagar mais impostos e comprometer o fluxo de caixa.
O sistema atual, conhecido por sua complexidade, burocracia e custos elevados (a “guerra fiscal” e a cumulatividade), está com os dias contados. O objetivo central dessa transformação é a simplificação.
Mas “simples” não significa “fácil”. A transição exigirá um nível inédito de planejamento estratégico e contábil. Ignorar a nova reforma tributária não é uma opção. Compreendê-la é o primeiro passo para destravar novas eficiências e garantir a conformidade fiscal da sua operação. Este guia foi desenhado para mostrar a você, empresário, exatamente o que está em jogo.
O Fim de 5 Impostos: A Chegada do IVA Dual (IBS e CBS)
A mudança mais impactante da nova reforma tributária é a extinção de cinco tributos que hoje assombram a gestão financeira de qualquer empresa.
Estamos falando do fim de:
- PIS (Programa de Integração Social)
- COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)
- IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
- ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza)
No lugar dessa “colcha de retalhos” tributária, surge o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) Dual, um modelo adotado pela maioria das economias modernas. Ele será dividido em dois novos impostos:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): De competência federal, unificando PIS, COFINS e IPI.
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): De competência estadual e municipal, unificando ICMS e ISS.
Essa unificação promete reduzir drasticamente as obrigações acessórias e as divergências de interpretação entre diferentes estados e municípios, que tanto geram custos e insegurança jurídica.
3 Pilares da Nova Reforma Tributária que Afetam seu Caixa
Além da simples unificação, a nova reforma tributária se baseia em três pilares que vão alterar fundamentalmente como sua empresa calcula preços, gerencia o caixa e define sua estratégia operacional.
1. Não Cumulativamente Plena: O Fim do Crédito “Quebrado”
Hoje, o sistema é “cumulativo” ou “parcialmente não cumulativo”. Na prática, sua empresa paga impostos em cascata—imposto sobre imposto—e muitas vezes não consegue se creditar de tudo que pagou na cadeia anterior (como impostos sobre bens de uso e consumo).
O que muda: O novo sistema IBS/CBS implementa a não cumulatividade plena.
Isso significa que todo imposto pago na aquisição de produtos, serviços e insumos (incluindo bens de uso, consumo e ativos) poderá gerar crédito para ser abatido no imposto a pagar na sua venda final.
Impacto: Isso é revolucionário para a formação de preços. Empresas industriais podem ter redução de carga, enquanto empresas de serviço (que têm menos insumos para creditar) podem sentir um aumento. A revisão da sua estratégia de precificação é urgente.
2. Tributação no Destino: O Fim da Guerra Fiscal
Atualmente, a tributação é majoritariamente na origem (onde a empresa está) e não no destino (onde o cliente está). Isso criou a infame “guerra fiscal”, com estados oferecendo benefícios para atrair empresas, gerando distorções de mercado.
O que muda: Com o novo sistema tributário, o IBS e a CBS serão cobrados integralmente no destino da mercadoria ou serviço.
Impacto: Se sua empresa vende para múltiplos estados, sua operação logística e fiscal será simplificada, pois a regra será única (a do estado do cliente). Isso também neutraliza a concorrência baseada puramente em benefícios fiscais, forçando as empresas a competir por eficiência e qualidade.
3. Split Payment: A Cobrança Automática no Caixa
Esta é talvez a mudança mais operacional para o dia a dia do caixa. O “Split Payment” (pagamento dividido) será um sistema de recolhimento automático do imposto.
O que muda: Quando seu cliente fizer um pagamento eletrônico (PIX, cartão de crédito ou débito), o sistema automaticamente separará o valor do imposto (IBS/CBS) e o enviará diretamente para a autoridade fiscal. O valor que “cai” na sua conta já estará líquido.
Impacto: Isso exige uma adaptação profunda dos sistemas de gestão (ERPs) e do planejamento de fluxo de caixa. Embora reduza a chance de inadimplência fiscal, também elimina a possibilidade de usar o dinheiro do imposto como capital de giro temporário.
A transição tributária não é simples. Ela envolve tecnologia, revisão de contratos e planejamento estratégico. A Exatus Contabilidade possui a expertise para mapear os impactos específicos no seu negócio e guiar sua empresa por essa mudança.
O Simples Nacional na Nova Reforma Tributária: O Poder da Escolha

Uma das maiores dúvidas dos empresários é sobre o futuro do regime simplificado. O Simples Nacional vai acabar?
A resposta é não. A nova reforma tributária mantém o Simples Nacional. Contudo, ela introduz uma escolha estratégica crucial para as empresas enquadradas neste regime.
O empresário do Simples terá duas opções:
- Manter o Regime Atual (Guia DAS): Continuar pagando todos os tributos de forma unificada na guia DAS. Esta opção é vantajosa pela simplicidade, sendo ideal para empresas que vendem majoritariamente para o consumidor final (B2C), que não precisa de crédito fiscal.
- Optar pelo Regime IBS/CBS (Híbrido): A empresa pode escolher não recolher o IBS e a CBS dentro do Simples. Em vez disso, ela passa a recolher esses dois impostos pelo regime normal (não cumulativo).
Por que alguém faria isso? Se sua empresa do Simples vende para uma empresa grande (B2B), seu cliente precisa do crédito fiscal pleno para abater na operação dele. Ao optar pelo regime IBS/CBS, sua pequena empresa passa a “gerar crédito cheio” para o cliente, tornando-se um fornecedor mais competitivo.
A desvantagem é o aumento da complexidade, já que a empresa terá que gerenciar o regime normal do IVA Dual. Esta decisão é puramente estratégica e deve ser analisada caso a caso com apoio contábil especializado.
Como Preparar sua Empresa para o Novo Cenário Fiscal
A transição será longa, começando em 2026 e sendo totalmente implementada até 2033. No entanto, o planejamento deve começar imediatamente.
Empresas que se preparam com antecedência transformam o que é um risco em uma vantagem competitiva.
- Revise sua Precificação: Com a não cumulatividade plena, seus custos de aquisição vão mudar. Você precisa recalcular suas margens e seu preço de venda.
- Analise seus Contratos: Contratos de longo prazo, especialmente de fornecimento ou prestação de serviços, precisam ser revisados para refletir a nova estrutura de impostos.
- Adequação de Sistemas (ERP): Seu software de gestão está pronto para o IBS, a CBS e o split payment? A maioria não está. A atualização tecnológica será obrigatória.
- Planejamento Estratégico: É hora de reavaliar: seu foco é B2B ou B2C? Você vende para quais estados? Sua estrutura societária é a ideal para o novo modelo?
Não Espere 2026 para Agir
A nova reforma tributária é a maior modernização fiscal das últimas décadas. Ela foi desenhada para destravar o crescimento do país, reduzindo a burocracia e aumentando a transparência.
Para o empresário, ela representa um desafio de adaptação imediato. Empresas que postergarem esse planejamento enfrentarão sérios problemas de fluxo de caixa, perda de competitividade e riscos de inconformidade.
A Exatus Contabilidade está na vanguarda dessa transformação, analisando as leis complementares e preparando nossos clientes para uma transição segura e estratégica.
O período de transição começa em 2026, mas o momento de planejar é agora. Não seja pego de surpresa.
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Perguntas Frequentes sobre a Nova Reforma Tributária
1. Quando a nova reforma tributária começa a valer?
A transição começa em 2026, com um período de “teste” (alíquotas baixas de IBS e CBS). A partir de 2027, PIS e COFINS são extintos. A transição completa, com a extinção total do ICMS e ISS, ocorrerá gradualmente até 2033, quando o novo sistema estará 100% em vigor.
2. A nova reforma tributária vai aumentar os impostos?
O objetivo da reforma é a simplificação, não o aumento da carga tributária total do país. Contudo, o impacto varia por setor. Setores de serviços, que hoje possuem menos créditos e alíquotas de ISS (por vezes baixas), podem sentir um aumento. Setores industriais, que sofrem com a cumulatividade, tendem a ter uma redução. Uma análise individual é essencial.
3. O que é o Imposto Seletivo (IS)?
Além do IVA Dual, foi criado o “Imposto Seletivo” (apelidado de “imposto do pecado”). Ele incidirá sobre produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas, visando desestimular o consumo. Ele não gera crédito.